No último dia três de outubro, o senador Romário (PL) conseguiu a reeleição para o cargo que ocupava desde 2014. De acordo com a prestação de contas no portal da transparência do TSE, o total de gastos da sua campanha foi de mais de R $5 milhões de reais. Analisando as informações disponibilizadas pelas plataformas de transparência da Meta e Google, o candidato à reeleição teve um total de R$ 51,1 mil reais gastos no Facebook e Instagram, e R$ 44,5 mil no Google, e pautou seus anúncios em feitos durante seu mandato e na continuação dos mesmos em sua reeleição.
Já o segundo colocado, Alessandro Molon (PSB), investiu R$248,4 mil nas redes da plataforma Meta e R$307 mil no Google. Nas plataformas do grupo Meta, a campanha começou no dia 24 de agosto e os gastos somaram mais de R$2 mil reais em 60 anúncios na época. Em alguns momentos, a segmentação da campanha de Molon também inlcuiu somente os bairros mais ricos da cidade do Rio de Janeiro – toda a Zona Sul, além de Tijuca e Barra da Tijuca – e excluiu os perfis interessados em alguns sites de direita, estratégia pontual que a mudou no decorrer da campanha juntamente com a maior utilização do Google como ferramenta de divulgação de sua campanha.
André Ceciliano (PT) gastou mais que Molon, sendo R$ 315 mil reais somente na plataforma do Google. O candidato do PT também teve um gasto de mais de R$ 245 mil reais na plataforma Meta, tornando-se o segundo candidato que mais gastou em ambas as plataformas.
A campanha de André Ceciliano também buscou aproveitar o apoio de Lula à candidatura do senador, unindo as duas figuras. Quase uma centena de anúncios foram lançados na plataforma Meta a partir do dia 23 de agosto pela campanha do petista com o slogan “André é o único senador do Lula”.
Daniel Silveira do PTB, candidato com 19,22% dos votos e terceiro lugar nas apurações finais, não disponibilizou gastos em sua candidatura por estar sub judice até o último 03 de outubro. Clarissa Garotinho do União – Brasil, por sua vez, obteve a quarta posição na votação e gastou mais de R $170 mil reais nas redes do Meta e R $72 mil reais no Google.
Na análise das interações dos principais candidatos no Instagram e Facebook do período desde o início da campanha (15/08) até o último dia legal de campanha eleitoral (30/09), vemos que Romário (em azul no Gráfico 1) teve, na grande maioria dos intervalos, números de engajamento maiores que os outros candidatos nas redes.
Com diversos picos de alta nas interações, principalmente no Instagram (Gráfico 1), foram poucas as semanas em que as publicações de Romário tiveram um engajamento menor ou igual a qualquer outro candidato, o que ocorreu somente na última semana, considerando que o candidato Alessandro Molon (em verde no Gráfico 1) passou a ocupar a primeira oposição em engajamento em relação ao senador reeleito.
Já no Facebook (Gráfico 2), Romário também teve o maior engajamento, perdendo o título de primeiro lugar somente na reta final da campanha em que a candidata Clarissa Garotinho do União – Brasil (em vermelho) passou o senador com uma diferença significativa de percentual de crescimento.
Gráfico 1 – Interação dos candidatos no Instagram
Gráfico 2 – Interação dos candidatos no Facebook
Metodologia
Os dados utilizados foram coletados da Biblioteca de Anúncios do Facebook, do Google, CrowdTangle e Divulgacand. A organização e a visualização dos dados foram feitas pela equipe do Observatório das Eleições da PUC-Rio.
Por ser um documento sobretudo quantitativo, o que apenas se aproxima da realidade, exige uma análise qualitativa – capaz de maior aprofundamento.
Expediente do Observatório Puc-Rio das eleições
Alunos:
Luiza Ramalho dos Santos Xavier
Marina Kersting
Danilo Akel
Luis Felipe Azevedo
Sofia Oliveira Pinto de Abreu
Maria Eduarda Gomes Severiano
João Pedro Urbano
Coordenação:
Prof. Arthur Ituassu, Departamento de Comunicação (PUC-Rio)
Prof. Gustavo Robichez, Departamento de Comunicação (PUC-Rio)
Prof. Marcelo Alves, Departamento de Comunicação (PUC-Rio)
Site Observatório: Cris Mattos e Vivian Mannheimer